Actividade 7 - "Justiça Social: Redistribuição e reconhecimento"


A actividade 7 distribuiu-se, por duas sessões, nas quais abordámos a problemática da justiça social e a sua articulação com o trabalho, bem como possíveis eixos para a sua compreensão.

Constatámos que quando falamos de justiça social temos subjacente a sua relação com o trabalho. Ou seja, o conceito de justiça social aparece associado ao conceito de trabalho.

Ora, quando tratamos o conceito de justiça percebemos que, tal como o conceito de educação, qualquer pessoa leiga tem opiniões, princípios, fundamentos e processos próprios, mas, de uma forma geral existe uma ideia que é transversal. Pois, a procura de justiça pauta-se então pela procura da maior adequação, nomeadamente do corpo legal, à sociedade.Como vimos e já foi referido, dificilmente se pode falar em justiça social sem reflectir e associar as questões do trabalho. Torna-se então pertinente descortinar algumas das características pelas quais ele se pauta. O trabalho surge num conjunto de relações e tensões entre a força de trabalho e o capital. Para fazer face a estas questões existem forças sindicais. O sindicalismo, associado às profissões e, através de corporações trata das questões que têm que ver com as ditas relações e tensões do capital com a força de trabalho. Historicamente o trabalho já assumiu várias assunções. Num tempo mais longínquo foram figuras representativas da força de trabalho os escravos, os servos e os assalariados. Esta última figura é a que vigora no que diz respeito às figuras representativas da força trabalhadora.

Ainda historicamente damos conta da existência dos chamados ofícios. Estes podem-se considerar como resultado da crescente organização do trabalho, organizando-se circunspectamente determinadas actividades, tanto a nível do seu ensino (dos ofícios), da sua conservação e desenvolvimento bem como a nível da sua proliferação e afirmação/reconhecimento nas sociedades.

À medida que a organização do trabalho se desenvolve, bem como a organização social e, também derivado a ideologias contemporâneas e a partir das que regeram a Revolução Francesa, as profissões aparecem como ferramenta e plataforma de base para a organização das sociedades, tendo em vista que essa organização se paute por valores de convivialidade. Posto isto, as profissões assumem a sua afirmação no panorama social e também, advém daqui e fruto das crescentes e inerentes tensões criadas na relação da força de trabalho com o capital, a organização sindical, já referida acima, que formam contestações organizadas. Os sindicatos foram, a partir principalmente da revolução industrial massivamente preponderantes onde estavam representadas várias classes trabalhadoras, que faziam da sua coesão a sua força de garantir determinados direitos.

Nos dias de hoje, nomeadamente em Portugal, embora ainda consideravelmente importantes, os sindicatos parecem ver desvanecidas as suas forças e influência. Várias razões são indicadas provindas de outras várias posições e figuras. Por um lado é visto no processo de globalização, nomeadamente e principalmente a globalização económica e dos seus modelos, um estabelecer de assimetrias de poder e nas consequências perversas que daí podem resultar em desfavor da força de trabalho. Por outro lado é considerado também que na organização social e do trabalho que hoje vivemos, na dita sociedade de informação que se pauta por constantes transformações e mudanças, reside uma crescente perspectiva que existem agora mais do que nunca posições particulares, pessoais e subjectivas que não são representadas nas forças sindicais, nem será o método mais indicado de garantir e defender este tipo de posições.

Deparamo-nos então com alguns problemas que subjazem as múltiplas partições que, tal como nos sugere Nancy Fraser, cada indivíduo vive e tem que se deparar na sociedade embebida pela massiva globalização que, de um modo ou de outro vigora. Tem o problema da substituição que é relativa às questões da identidade pessoal e da identidade produtiva. Outro problema é o problema da reificação que diz respeito ao modelo de estatuto social e como se organiza a convivência das diferenças. Um outro problema também se depara, o problema do enquadramento desajustado que faz face a questões relativas à soberania de múltiplos níveis (2002).

Posto isto, e no enquadramento das questões que aqui têm sido referidas vimos o modelo de organização do trabalho e da actividade económica dinamarquês, a «flexigurança». Este modelo é visto como um modelo de sucesso de organização económica e social que os novos tempos que se pautam por princípios e fenómenos derivados da globalização. A mobilidade do emprego que hoje está na ordem da agenda dos países mais desenvolvidos do Mundo, principalmente na Europa é aqui posta em prática mas assegurada por um forte dispositivo social de apoio, que garante altos níveis de segurança e bem-estar. Mas, o modelo dinamarquês conta com determinas características específicas que são particulares à Dinamarca e que não existem noutros países. Nomeadamente a força sindical tem uma elevada preponderância e influência de negociação que permite fazer face a eventuais perversidades da parte capital. Entre outras características, na Dinamarca, uma grande parte da força trabalhadora está afiliada em sindicatos e estes têm funções também ao nível económico, funcionando também como instituições de aforro.

Alerta-se então para as falácias do transporte e implementação deste modelo em outros países que, não têm de facto uma organização semelhante e a mudança de determinados modelos poderia abalar vastamente sistemas de valores, princípios e as próprias identidades dos países, regiões, das classes e dos próprios indivíduos.


«Justiça Social: Redistribuição e reconhecimento»
Polónia

Nas duas sessões que falamos sobre Justiça Social percebi que o conceito de justiça social em Portugal e na Polónia podem estar relacionados e/ou podem ser semelhantes. O professor começou a aula mostrando-nos as fotos de um Campo de Concentração, este campo de concentração é muito importante na Polónia para todos nós. Perto da minha cidade há um Campo de Concentração Alemão chamado “Auschwitz” e a sua história e todos os acontecimentos que lá se verificaram e continuam vivos na memória de toda a gente. Todos se perguntam onde estava a Justiça naquele momento?

Concordo que a justiça esta relacionada e/ou ligada com o trabalho. Na Polónia também damos muita importância aos sindicatos. As questões tratadas no texto que o professor trouxe para a aula também são importantes na Polónia.

Para terminar, o conceito de justiça é muito apreciado nas universidades da Polónia, inclusive organizam-se oficinas próprias para trabalhar e/ou ensinar este conceito.